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Ex-secretário de Finanças de São José da Lagoa Tapada confessa desvio de recursos e cita ameaças de organização criminosa
Segundo o ex-gestor, tomou conhecimento, por meio da contabilidade, de uma discrepância nos extratos bancários das contas do município, especialmente no que diz respeito à conta corrente nº 3.441-3, da agência 1594 do Banco Bradesco, que movimenta recursos da folha de pagamento (FOPAG).
O prefeito de São José da Lagoa Tapada, Cláudio Antônio Marques de Sousa (Coloral), registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil relatando denúncia sobre possíveis irregularidades envolvendo o Secretário de Finanças do município, Julierme Lino de Sousa.
Segundo o ex-gestor, tomou conhecimento, por meio da contabilidade, de uma discrepância nos extratos bancários das contas do município, especialmente no que diz respeito à conta corrente nº 3.441-3, da agência 1594 do Banco Bradesco, que movimenta recursos da folha de pagamento (FOPAG).
De acordo com a denúncia, ao analisar os extratos bancários referentes à competência de novembro de 2024, foi identificado um valor incoerente, que não correspondia ao saldo anterior da conta para o mês de dezembro de 2024. Em novembro, o saldo era de R$ 1.379.586,74 (um milhão, trezentos e setenta e nove mil, quinhentos e oitenta e seis reais e setenta e quatro centavos), enquanto no extrato de dezembro fornecido pelo atual Secretário de Finanças, Carlos Antônio Moura Xavier Filho, o saldo era de apenas R$ 4.917,73 (quatro mil, novecentos e dezessete reais e setenta e três centavos), resultando em uma diferença de mais de R$ 1.374.000,00 (um milhão, trezentos e setenta e quatro mil reais).
A investigação revelou que o ex-secretário de Finanças, Julierme Lino de Sousa, pode ter apresentado extratos bancários falsificados para justificar a falta de recursos e ocultar desvios. Foi constatado que transferências de recursos do FUNDEB para a conta de arrecadação, em vez de serem destinadas à conta FOPAG, foram realizadas para a conta corrente pessoal de Julierme Lino de Sousa, bem como para uma conta da empresa "Arena São José Esporte e Convivência LTDA.", cujo CNPJ está vinculado à sua mãe.
Segundo relato de Coloral, essas operações ocorreram em várias datas de 2024, somando R$ 887.503,66 (oitocentos e oitenta e sete mil, quinhentos e três reais e sessenta e seis centavos), apenas no mês de abril de 2024. Nenhuma dessas transferências possui respaldo legal, pois não há empenho registrado para tais pagamentos.
A denúncia foi formalizada após a confissão de Julierme Lino de Sousa, que, em conversa com o prefeito Coloral, admitiu a falsificação dos extratos e o desvio de recursos públicos do município. Segundo Julierme, ele teria sido extorquido por uma milícia que o ameaçava e à sua família. A Polícia Civil investiga agora os fatos e as possíveis responsabilidades no caso.